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Afinal, o que é Multiverso?

Realidades paralelas e linhas do tempo ramificadas propostas em filmes realmente são possíveis?

(Imagem de capa: Visualização de todo o universo observável/Crédito: Andrew Z. Colvin via Wikimedia Commons)


Já parou para pensar como seria se existisse uma outra versão de você em um universo paralelo? Você seria mais bem sucedido? Teria uma aparência física e estética diferente? Se apaixonaria por outra pessoa? Teria outro emprego? Quem sabe até um gênero diferente? E se nascesse em outro país? Em outra década?


Enfim, a possibilidades são infinitas, mas será que elas realmente existem? Afinal, eu sou o único ‘eu’ do Universo ou existem outras versões de mim espalhadas por aí? A questão, sem dúvida alguma, gera interesse em qualquer um. É por isso que o multiverso tem se tornado o mais novo queridinho de Hollywood.


Mas será que um cenário como o proposto em ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ (2022) é realmente uma ‘loucura’ com o próprio título diz ou isso está mais próximo de nós que imaginamos?


Afinal, o que é Multiverso?


Uma das grandes questões da humanidade é se o Universo que vivemos é um sistema infinito ou não. Até o presente momento, com o estudo do Big Bang e da radiação cósmica, sabemos que o nosso Universo observável — como se fosse uma bolha invisível ao nosso redor que delimita tudo aquilo que podemos enxergar — tem um raio de cerca de 13,8 bilhões de anos-luz.


Portanto, o multiverso parte da ideia de que outros universos podem existir além do nosso universo observável. Isso baseia-se no fato de que, embora possa ser infinito, o universo possui uma limitação em relação a como as partículas possam se organizar entre as quatro dimensões (uma de tempo e outras três relativas ao espaço).


Portanto, essa repetição, por mais que sofram algumas pequenas mudanças, podem gerar pontos com grandes semelhanças. Daí surge a ideia de multiverso, que seria realidades que existem em diferentes cenários espalhados por esses universos-bolha separados, mas que estão constantemente surgindo. Simplificando, o espaço e tempo que vemos e vivemos não seria a única realidade possível.


Em ‘The Number of the Heavens’, o jornalista científico Tom Siegfried investiga como essa ideia de multiverso evoluiu através dos anos. “Não podemos explicar todas as características do nosso universo se houver apenas uma delas”, diz ao National Geographic. “Por que as constantes fundamentais da natureza são o que são?”


Por que há tempo suficiente em nosso universo para fazer estrelas e planetas? Por que as estrelas brilham do jeito que brilham, com a quantidade certa de energia? Todas essas coisas são perguntas para as quais não temos respostas em nossas teorias físicas”, continua.

Em seu ponto de vista, há duas explicações para isso. A primeira, e mais simples, é que precisamos de teorias mais novas e melhores para explicar essas propriedades do universo. A segunda, porém, sugere que é possível que nós “sejamos apenas um dos muitos universos que são diferentes, e vivemos naquele que é agradável e confortável”.


Outras visões de multiverso


Outra teoria muito difundida é chamada de ‘interpretação dos muitos-mundos da mecânica quântica’. Proposta por Hugh Everett em 1957, o físico descreve matematicamente como a matéria se comporta, o que pode gerar a interpretação e muitos-mundos com a presença de linhas de tempo ramificadas — as chamadas realidades alternativas, que mudariam, de certa forma, o mundo em que estamos baseando-se em diferentes decisões que tomamos.

Hugh Everett diz: veja, na verdade há um número infinito de Terras paralelas, e quando você faz um experimento e obtém as probabilidades, basicamente tudo o que prova é que você vive na Terra onde esse foi o resultado desse experimento”, explica James Kakalios, da Universidade de Minnesota. “Mas em outras Terras, há um resultado diferente.”


Quem explica um pouco mais desse conceito é Max Tegmark, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ele se refere a esse multiverso de realidades ramificadas como um multiverso de Nível III:

Na interpretação de muitos-mundos, você ainda tem uma bomba atômica, só não sabe exatamente quando ela vai explodir”, diz. Em outras realidades, talvez, “você nem sabe se, em algumas partes do universo, bombas atômicas são possíveis em princípio”.

Vestígio do Multiverso?


Agora que sabemos um pouco mais do Multiverso, a pergunta que fica é: existe alguma evidência que comprove sua existência? Bom, na realidade que vivemos, ou no universo que vivemos, chame como quiser, esse campo é puramente teórico — isso quando ele não ganha um viés ainda mais filosófico.


Afinal, muitos especialistas acreditam que a explosão do Big Bang que forjou nossa existência tenha sido apenas uma grande coincidência; outros pensam que diferentes universos possam existir, mas apenas o nosso reúna certas características para nossa sobrevivência.


Por fim, há também aqueles, como Siegfried, que apontam que por mais o multiverso, hoje, não possa ser testado, não significa que ele não exista, afinal, apenas podemos não saber como fazer isso. Porque não?

Talvez algum dia descobriremos como fazer, e talvez não. Mas o universo pode fazer o que quiser”, conclui Tom Siegfried. Será?

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